terça-feira, 1 de maio de 2012

atividade de literatura.




O negrinho do Pastoreio
           
Há tempos atrás na região dos pampas, havia um estancieiro muito rico, porém muito egoísta. Ele tinha um filho que era a única pessoa de quem gostava. E para lidar na fazenda possuía um escravo, o qual o nome não importava então era apenas chamado de negrinho.
            O escravo era muito mal tratado pelo estancieiro. Algo que Carlos, seu filho, desaprovava muito, mas não contestava, pois queria que seu pai sentisse orgulho de sua postura.
- Como posso suportar? Meu pai maltrata o pobre negrinho e não posso fazer nada, tenho que impressiona-lo. Se ao menos tivesse metade das habilidades daquele escravo, não precisaria aturar essas torturas com o pobre coitado. Mas não tenho nada a oferecer ao meu pai alem de provar que concordo com suas opiniões horríveis.
            Haveria na cidade uma corrida de cavalos que traria ao vencedor mil onças de ouro. O estancieiro logo escalou o negrinho na corrida comandando o cavalo baio que era muito querido por ele. Carlos não quis nem pensar no que ia acontecer caso o guri perdesse a corrida.
            Após uma disputa muito acirrada o cavalo mouro ganhou do baio e o negrinho foi amarrado ao palanque para ganhar muitas chibatadas. O coitado gemia, chorava, sofria de tanta dor e enquanto isso Carlos gritava para seu pai estancieiro:
            - bata mais forte e ensine uma lição para esse escravo incompetente pai!
            - Isso mesmo meu filho ele merece sofrer!
            Por dentro o filho do estancieiro estava desmoronando, odiava assistir aquele horrível castigo, mesmo assim se sentia na obrigação de ajudar o pai a realiza-lo. O negrinho após ser bastante machucado, adormeceu no feno pensando em sua única amiga, Virgem nossa senhora.
            No dia seguinte o estancieiro foi até o celeiro e percebeu que seu cavalo baio e todo seu rebanho haviam fugido. Pegou seu chicote e foi atrás do negrinho:
            - Você deixou meu cavalo fugir! Eu vou te matar desgraçado!
            - não senhor, não fui eu, por favor, tenha piedade, eu irei encontra-lo, eu prometo!
            - tu tens até amanha cedo negrinho, se não encontrar será o teu fim.
            O escravo procurou por toda a estância, a tarde se passou e com o céu escuro acendeu uma vela e rezou para sua madrinha virgem nossa senhora para ajuda-lo. Ao longe na escuridão avistou o cavalo e o rebanho. Pulando de alegria recolheu todos ao celeiro e adormeceu, sem medo pela primeira vez em muito tempo. Carlos assistiu da janela o negrinho trazer o rebanho, seu pai já estava dormindo.
            - o escravo achou o cavalo, meu pai ficará muito satisfeito. Alias ele só da bola para esses animais e para as funções do negrinho. Talvez se eles sumissem de vez ele me daria atenção e carinho.
            Então o Carlos foi até o celeiro e soltou o rebanho e o cavalo, e foi dormir. No dia seguinte acordou com os berros de seu pai:
            -Eu sabia que tu não irias conseguir achar negro, esse rebanho era meu sustento, agora tu sofreras como nunca!
O estancieiro bateu no negrinho até ele não conseguir mais respirar. Depois o jogou em um formigueiro para as formigas devorarem sua pele machucada.
Carlos estava cheio de remorso, não pensava que tiraria a vida do negrinho soltando os animais na noite anterior, mas resolveu esquecer isto e se aproximar do pai. Os dois estavam conversando quando perceberam um movimento no lado de fora da casa. Da terra estava se erguendo um guri de pele carvão e lisa, sem nenhuma ferida, sarado e sorridente. O estancieiro e seu filho não acreditavam no milagre que estavam vendo, e começaram a pedir perdão para o negrinho. O escravo não disse nada. Apenas seguiu em frente galopando em seu cavalo e conduzindo o rebanho.
Diz à lenda que o negrinho ajuda a todos que perderam algo. Basta acender uma vela para Virgem Nossa Senhora em troca, que ele irá ajudar. 

Um comentário:

  1. Laura, a mudança do filho do estancieiro ficou muito boa, assim como a saída encontrada no final. Parabéns!

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